AS PLACAS TECTÔNICAS
Os continentes em movimento Atualmente existem seis continentes:África, Ásia, Antártida, Oceania, Europa e América. você vai conhecer mais sobre eles no estudo de Geografia. Observe, que os contornos de alguns continentes parecem se encaixar como peças de um quebra-cabeça. Veja, por exemplo, o encaixe quase perfeito entre a costa da America do sul e a da África. Sabemos ainda que os tipos de rocha encontrados nos planaltos brasileiros e africanos são muito parecidos.
DERIVA CONTINENTAL E TECTÔNIA DE PLACAS
Com base nestas evidências - o encaixe do contorno e a semelhança entre rochas e fósseis - , o cientista alemão Alfred Wegener (1880-1930) propôs que h á milhões de anos os continentes poderiam estar unidos, formando um imenso continente que ele chamou Pangeia (do grego pan, "todo" e gea, "Terra"). Ainda segundo Wegener, em um dado momento a Pangeia começou a se dividir em porções menores, que lentamente se movimentaram até a posição atual dos continentes. Essa ideia ficou conhecida como teoria da deriva continental.
Muitos anos depois, com o estudo de terremotos e com a descoberta de mais evidências, foi possível mostrar que a crosta da Terra é dividida em vários pedaços, que formam placas de rochas sólidas. Os continentes e o fundo dos oceanos (o assoalho) fazem parte dessas placas. H á sete placas maiores e várias menores. Todas s ã o chamadas de placas tectônicas ou placas litosféricas. Veja o mapa na figura 1.5. Note que as placas não correspondem aos limites dos continentes. O Brasil, por exemplo, está mais ou menos no centro da placa Sul-Americana.
Essas placas se movimentam desde os tempos mais remotos a t é hoje em dia. Mas como ocorre esse movimento? Uma das hipóteses é a de que o calor que vem do núcleo da Terra aquece o manto: suas partes mais aquecidas ficam menos densas e sobem, enquanto as partes mais frias descem. Dessa forma, criam-se correntes que movimentam lentamente as placas tectônicas sobre o manto.
O movimento de uma placa em relação à outra pode ser de afastamento ou de aproximação, ou e então as placas simplesmente deslizam uma ao lado da outra. Veja na figura 1.6 que as placas Sul-Americana e Africana estão lentamente se afastando, enquanto as placas de Cocos e do Caribe, por exemplo, estão aos poucos se aproximando(reveja a figura 1.5).
A velocidade desses movimentos varia de 2 cm a 10 cm por ano. Por isso, é muito difícil percebe-los no dia a dia. Ao longo de toda a história da Terra, porém , esse movimento mudou muito o aspecto do planeta, afastando e aproximando os continentes. Essa explicação sobre a movimentação dos continentes faz parte da teoria da tectônica de placas ou tectônica global, que afirma que a crosta da Terra é formada por placas em movimento. Essa teoria t a m b é m explica o maior número de vulcões e terremotos m certos locais da Terra e a presença de fósseis e de rochas semelhantes em continentes diferentes, entre vários outros fenômenos.
É importante lembrar que as placas tectônicas continuam a se mover: a América do Norte e a Europa estão se aproximando quase 4 cm ao ano; a América do Sul, a cada ano, se afasta de 2 cm a 3 cm da África. Calcula-se que, daqui a 50 milhões de anos, a América do Sul possa estar unida à Ásia, formando um único continente. O movimento das placas pode provocar muitas alterações no ambiente, incluindo a distribuição dos seres vivos na Terra. Em curto prazo, terremotos, vulcões e tsunamis
podem destruir ou modificar o habitat das espécies. Ao longo de milhares ou milhões de anos, alterações no relevo e mudanças na latitude de uma região também podem afetar o clima. O encontro de dois continentes também coloca espécies em contato com novos competidores.
A FORMAÇÃO DAS CADEIAS DE MONTANHAS
Quando duas placas se chocam, por exemplo, suas margens podem ser comprimidas e erguidas, originando cadeias de montanhas (cordilheiras). Supõe - se que foi assim que surgiram as cordilheiras dos Andes (no continente americano), dos Alpes europeus e do Himalaia (no continente asiático). Veja na figura 1.9 a localização da placa Indo-Australiana em diferentes momentos (ao longo de milhões de anos) até colidir com a placa Euro - A Asiática e formar o Himalaia.
OS TERREMOTOS E OS TSUNAMIS
Os tremores, ou vibrações , da superfície da Terra são chamados terremotos ou abalos sísmicos. Na maioria dos casos, esses tremores s ã o muito fracos e só é possível percebê - los com o auxilio de aparelhos. Mas alguns tremores são fortes o suficiente para serem percebidos por nossos sentidos e podem até causar grandes danos a construções . Nesses casos, pode ser ouvido um barulho parecido com o de um trem subterrâneo , explosões ou algo se quebrando sob o solo. O chão começa a tremer violentamente e depois para, deixando um rastro de destruição. Em 2010, um terremoto de enormes proporções atingiu o Chile, matando mais de 800 pessoas e deixando 20 mil pessoas desabrigadas. Desastre semelhante aconteceu no Japão, em 2011, quando, além de provocar milhares de mortes, um terremoto causou danos e consequente vazamento de radioatividade em usinas nucleares.
Em 2017, um terremoto de grande intensidade atingiu o centro do México. Na ocasião, pelo menos 224 pessoas morreram em consequência dos desabamentos. Os terremotos geralmente ocorrem na região de contato entre duas placas tectónicas . Duas placas em movimento podem ficar presas uma à outra e, em determinado momento, a força acumulada entre elas pode vencer a resistência e liberar uma energia que é transmitida por "ondas de choque", denominadas ondas sísmicas. Essas ondas se espalham pelas camadas de rocha e provocam os terremotos. O ponto da superfície que fica exatamente acima do ponto de origem do terremoto e recebe a energia originada dele é chamado epicentro.
Quando as ondas sísmicas ocorrem sob os oceanos, enormes massas de água podem ser deslocadas, provocando ondas gigantescas, chamadas tsunamis ou maremotos. Elas chegam a ter mais de 30 m de altura (isso equivale, mais ou menos, a um prédio de 10 andares) e atingem velocidades de mais de 800 km/h!
Não é possível prever com muita antecedência quando um terremoto irá acontecer. Mas há alguns sinais que ocorrem momentos antes de um grande terremoto, como os tremores localizados e a liberação de gases por vulcões. Em alguns países com grande número de terremotos, como o Japão, medidas preventivas são tomadas: as construções são projetadas para suportar ao máximo os abalos, h á sistemas de alerta e a população recebe treinamento para se proteger durante emergências desse tipo. Como os terremotos podem ser seguidos de tsunamis, as pessoas que vivem na costa devem ser alertadas para que se desloquem até regiões mais altas, livres de inundação. Mesmo assim, terremotos e tsunamis são tragédias que podem provocar muitas mortes e destruição. Logo após o terremoto de 2011 no Japão, ocorreu um tsunami ao longo de sua costa, que causou 18446 mortes e provocou o deslocamento de milhares de pessoas. A cidade de Natori, na província de Miyagi, foi uma das mais afetadas.
A ajuda mundial pode ser necessária para prestar atendimento à s vitimas se reconstruir as regiões afetadas. Por isso, outros países devem exercer a solidariedade e colaborar, fornecendo ajuda humanitária às populações em situação de risco. O Brasil fica no centro de uma placa tectônica, longe das regiões de encontro de placas. Reveja a figura 1.5. Como vimos, em locais onde as placas tectônicas se encontram, existe maior chance de ocorrerem terremotos de alta intensidade e com maior frequência. No entanto, pequenos tremores podem ocorrer, com menor frequência, em regiões de falhas geológicas (rupturas) no interior das placas. Toda placa é recortada por pequenos blocos, de várias dimensões. Esses recortes, ou falhas, funcionam como uma ferida que não se cicatriza: apesar de serem antigos, podem se abrir a qualquer momento para liberar energia. Costumam ser tremores de pequena intensidade, que geralmente nem são notados.
Essas falhas e s t ã o presentes em várias regiões do Brasil. Além disso, às vezes é possível perceber, em território brasileiro, reflexos de terremotos que ocorrem em outros países da América do Sul.
Assim como outros países, o Brasil tem centros de monitoramento de atividades sísmicas que ocorrem em seu território e em outras regiões da América do Sul. Um dos locais que opera parte da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) é o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). Esse centro mantém um sistema
de detecção automática constante de atividades sísmicas, e a divulgação desses eventos é realizada em tempo real por meio de mapa e listas. Estudaremos a seguir como essa detecção é feita. Em 22 de abril de 2008, um terremoto foi percebido na região Sul do Brasil (nos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná ) e em S ã o Paulo e no Rio de Janeiro. Em 2014, outro terremoto atingiu a região de Montes Claros (MG). Em 2 de abril de 2018, um abalo sísmico com origem na Bolívia foi percebido em São Paulo e em Brasília. Você chegou a presenciar algum desses tremores ou chegou a ouvir sobre eles nos noticiários? Caso os desconheça, pergunte a um adulto do que ele se recorda.
ESTUDO DE TERREMOTOS
Dando leves pancadas em um móvel de madeira, ouvimos sons diferentes dependendo de sua estrutura interna, isto é, de ele ser oco ou maciço. De modo semelhante, os cientistas estudam os terremotos (as ondas sísmicas) para obter informações sobre o interior da Terra. Esse estudo é feito com vários aparelhos - um deles é o sismógrafo. A partir de 1900, surgiram as principais escalas de medição de intensidade de terremotos que conhecemos. A mais conhecida é a escala de Richter (ou escala Richter), desenvolvida pelo físico estadunidense Charles Francis Richter (1900-1985). Quanto maior a intensidade ou magnitude de um terremoto, maior será seu potencial de destruição. Mas o nível de destruição depende também de outros fatores, como a distância e a profundidade da origem do terremoto, as condições do terreno e os tipos de construção na região.
A escala Richter atualmente varia de 0 a 9,5 pontos. O nível máximo da escala pode aumentar, pois depende do terremoto de maior intensidade ocorrido até o momento. Desde a criação da escala, o abalo de maior intensidade j á registrado ocorreu em 1960, no Chile, e alcançou 9,5 pontos. O registro dos abalos sísmicos e o mapeamento das falhas entre placas tectônicas ajuda a identificar áreas de risco. Veja a figura 1.16. Assim, é possível estabelecer regras para a construção de habitações mais seguras e alertar a população quando há previsão de terremoto. No caso dos tsunamis, eles podem ser detectados com um pouco de antecedência por meio de boias especiais posicionadas nos oceanos.
OS VULCÕES
Que imagem você cria em sua mente quando lê esta descrição: "toneladas de rochas derretidas, com temperaturas superiores a 1000 °C, e nuvens de poeira e cinzas que se espalham pela atmosfera"? Não se trata de um cenário de ficção científica, e sim de um vulcão em erupção. Veja a figura 1.17.
vulcão em erupção |
Para entender o que acontece nos vulcões, imagine a seguinte situação: uma pessoa sacode uma garrafa de refrigerante fechada. Em seguida, ela abre essa garrafa repentinamente. Você já sabe o que vai acontecer, não é? A pressão do gás faz o líquido espirrar através da abertura da garrafa. Quanto maior for a pressão dentro da
garrafa, maior será a força com que o líquido transbordará.
Os vulcões podem se originar de várias formas. Muitos surgem nas bordas das placas tectônicas. Por exemplo: um choque entre duas placas pode provocar o derretimento de parte de uma delas, formando grandes reservatórios subterrâneos de gases e magma submetidos a altas pressões. Veja a figura 1.18. Mas o que é o magma?
Sob a crosta terrestre, a porção superior do manto é formada por rochas derretidas, o magma. O magma pode subir até perto da superfície e, ao entrar em contato com a água subterrânea, provocar a formação de vapor. Se a pressão aumentar muito, 0 vapor acaba rompendo a superfície e então o magma é liberado. Depois de expelido do vulcão, o magma passa a se chamar lava (a temperatura da lava varia de 700 °C a 1 200 °C). Além de lava e cinzas, o vulcão expele vapor de água e outros gases, como o gás carbônico e gases de enxofre. Os vulcões também participam da formação de rochas no planeta. Ao esfriar, a lava transforma-se em rocha ígnea, como estudamos no 6° ano. Com o passar do tempo e a ocorrência dos processos de erosão e intemperismo, as rochas ígneas dão origem a solos ricos e férteis, já que as lavas e as cinzas são ricas em substâncias que servem de adubo para as plantas. Esse é um dos motivos pelos quais se formam cidades em volta dos vulcões, apesar de não ser seguro.
OS VULCÕES ATIVOS DO PLANETA
Há certa coincidência entre as regiões onde ocorrem terremotos e onde há vulcões ativos. Os vulcões ativos são aqueles que entram em erupção ou que apresentam outros sinais de atividade, como emissão de fumaça . O motivo você já sabe: essas regiões ficam nas bordas das placas tectônicas. Mais da metade dos vulcões ativos está na região do oceano Pacífico, no chamado Círculo de Fogo, uma faixa que abrange o sul do Chile, os Andes, a América Central,
o noroeste americano, a costa sudoeste do Canadá, o Alasca, o sul do Japão, o leste da China, as Filipinas, a Nova Guiné e a Nova Zelândia. Veja a figura 1.21. No Brasil n ã o existem vulcões ativos atualmente. Mas, há milhões de anos, quando o país se situava em uma área de encontro de placas, erupções vulcânicas originaram ilhas, como as do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco.
ATIVIDADES:
01) O trabalho em minas profundas é difícil. V Uma das condições para a realização desse trabalho é manter o ambiente refrigerado. Explique por que essa refrigeração é necessária?
02) Macacos da América do Sul tiveram origem na África, dizem cientistas. Depois de analisar três fósseis de dentes de macacos extintos, encontrados na Amazônia peruana, cientistas encontraram fortes indícios de que os macacos sul-americanos vieram da África [...]
Os novos fósseis demonstram que os macacos chegaram pela primeira vez no continente sul-americano há pelo menos 36 milhões de anos. De acordo com os autores, as características dos dentes fósseis mostram que o macaco - batizado pelos pesquisadores de Perupithecus ucayaliensis -tinha muito pouca semelhança com qualquer primata extinto ou vivo na América do Sul, mas era surpreendentemente parecido com macacos africanos que viveram na África. A história evolutiva dos macacos no continente é considerada um mistério para a ciência. Como resultado dos movimentos de placas tectônicas, a América do Sul ficou isolada d a Africa há cerca de 65 milhões de anos. Ainda assim, muitos cientistas suspeitavam que os macacos da América do Sul teriam vindo da Africa, depois de uma longa jornada pelo Oceano Atlântico.
[...]
CASTRO, F. Macacos da A m é r i c a do Sul tiveram origem na Africa, dizem cientistas. O Estado de S. Paulo. D i s p o n í v e l em:
c o m . b r / n o t i c i a s / g e r a l , m a c a c o s - d a - a m e r i c a - d o . s u l - t i v e r a m - o r i g e m - n a - a í r i c a - d i z e m - c i e n t i s t a s . l 6 2 9 5 7 8 > . Acesso em: 15 jan. 2018.
a) Consulte em dicionários o significado das palavras que você não conhece e redija uma definição para essas palavras.
b) Qual mistério da ciência é discutido pelo texto?
c) Como a deriva dos continentes explica o formato complementar entre a costa do Brasil e o litoral oeste da África?
d) Por que essa deriva continental não explica a origem dos macacos na América do Sul?
03) A imagem abaixo retrata um acontecimento histórico: a cidade representada na gravura é Lisboa, capital de Portugal; a data é 1 a de novembro de 1755.
a) Observe as cores e os traços usados na composição da imagem. Na sua opinião, por que a representação foi feita dessa forma?
b) À esquerda da imagem está representado o mar-e à direita está a cidade. O que é possível observar nesses dois locais?
c) Que fenômenos estudados neste capítulo estão sendo retratados?
d) Que indicações na gravura confirmam sua resposta?
e) Qual é a causa desses fenômenos?
f) Seria provável uma representação semelhante a essa no Brasil? Por quê?
Olá!
ResponderExcluirAlgumas palavras ou partes do texto, ficaram com o tamanho da letra menor. Caso for necessário usem as teclas alternativas (CTRL +)para aumentar OU (CTRL -) para diminuir.
Em caso de duvidas deixe seu comentário.
Olá!
ResponderExcluirAs atividades, deverão ser copiadas e respondidas no caderno. Folha separada, contendo cabeçalho completo. Para ser recolhido e corrigido no retorno a escola.
ATENÇÃO!!
ResponderExcluirQuem estiver com duvidas sobre o que deve ser feito. identifique-se com seu nome completo e série aqui nos " COMENTÁRIOS," para que possa ser prestado os esclarecimentos possíveis.
Oi professor aqui e a erika da Conceição Demétrio do 7°A A gente vai ter que copiar somente as perguntas ? No caderno ou tem que ser o texto inteiro tbm ?
ExcluirBoa Tarde!
Excluircopiar as perguntas e responder no caderno. Quanto ao texto, leia e, verifique se no seu caderno estiver faltando algum conteúdo, você copia o que estiver faltando. Ok!
Olá, com o adiamento das aulas, devido a pandemia do COVID 19. Façam as atividades propostas durante o afastamento da escola. E, fiquem atentos a novas tarefas que serão postadas temporariamente. Caso tenha duvida, deixe seu comentário que na medida do possível responderei.
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